A Necessidade de Capacitação na Economia Criativa
Um recente estudo sobre economia criativa em Porto Alegre elucidou as áreas que mais demandam capacitação entre os profissionais do setor. Com temas como empreendedorismo, gestão financeira, marketing digital e inovação em alta, a pesquisa, realizada entre 19 de abril e início de maio de 2024, contou com a participação de 227 respondentes. A iniciativa é fruto de uma colaboração entre o Comitê Municipal de Economia Criativa e instituições como a PUCRS, Feevale e UniSenac, visando compreender as necessidades de formação dos profissionais dessa área.
O método quantitativo adotado no estudo delineou as demandas mais urgentes, coletando dados sobre o perfil dos participantes. Os resultados revelaram que 63,9% dos entrevistados atuam nas áreas de design, publicidade, marketing e expressões culturais tradicionais, como dança, teatro, culinária e artesanato. Além disso, a maioria dos participantes possui formação em pós-graduação, com 43,6% se especializando em mestrados e doutorados, enquanto 24,7% possuem graduação, e 15,4% não reportaram formação específica.
Perfil dos Profissionais e Tamanhos das Empresas
Leia também: Ministério da Cultura Foca na Economia Criativa em Seminário Sobre Diversidade Cultural
Fonte: alagoasinforma.com.br
Leia também: Ministério da Cultura e a Economia Criativa: Um Seminário para o Futuro Cultural do Brasil
Fonte: amapainforma.com.br
O estudo também traçou o perfil dos trabalhadores, revelando que 42% deles são proprietários de negócios e 26% se inserem como trabalhadores informais. Uma análise sobre o tamanho das empresas apontou que 56% operam como MEI (Microempreendedor Individual) e 22% como ME (Microempresa). As lacunas identificadas no estudo incluem a necessidade de maior flexibilidade nos horários e formatos dos cursos de capacitação. Curiosamente, 62,6% dos respondentes preferiram cursos realizados durante as noites de dias úteis, e 48% manifestaram interesse por formatos híbridos.
A pesquisa também indicou que 48,9% dos participantes não se sentem completamente satisfeitos com as opções de cursos disponíveis. Os preços elevados foram citados como o principal obstáculo, seguidos por conteúdos considerados desatualizados ou inadequados às demandas de mercado. Outros fatores mencionados incluem durações de cursos inadequadas e horários que não se alinham à rotina de trabalho, além da ausência de temas mais específicos ou avançados, especialmente nas áreas sujeitas a rápidas transformações tecnológicas.
Demandas de Formação e Inovação
Os profissionais mostraram interesse em formações que combinem criatividade, inovação tecnológica e visão estratégica de negócios. Os tópicos mais mencionados incluem Marketing, Branding e Comunicação Digital, assim como Design e Motion Graphics, refletindo a valorização do storytelling visual no mercado contemporâneo. Além disso, houve uma forte demanda por treinamentos sobre tecnologia e inteligência artificial, UI/UX, aplicativos móveis, modelagem 3D e design digital, evidenciando a necessidade de atualização de habilidades diante das transformações da economia digital.
Leia também: Concursos RJ 2025: Oportunidades de até R$ 19 mil; Confira os Editais!
Fonte: rjnoar.com.br
Gestão e Sustentabilidade nas Empresas Criativas
Outro aspecto abordado na pesquisa foi a demanda por temas relacionados à gestão e liderança, com foco em metodologias ágeis, captação de recursos, finanças empresariais e gestão de negócios criativos. Os respondentes também destacaram a importância de discutir negócios com impacto socioambiental, ESG (Ambiental, Social e Governança) e gestão cultural, refletindo a busca por práticas sustentáveis e um propósito social nas carreiras criativas.
Apresentação dos Resultados e Próximos Passos
Os resultados do estudo foram apresentados em 13 de setembro durante o Vértice – Festival de Economia Criativa, realizado na Casa de Cultura Mário Quintana. A análise dos dados ficou a cargo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, sob a orientação das professoras Victor Gomes e Paula Puhl, em parceria com a Ponte Criativa. Conforme Paula, os resultados da pesquisa são altamente representativos da economia criativa do município: “Acreditamos que a pesquisa, desenvolvida em parceria, trouxe importantes insights sobre as necessidades formativas dos empreendedores da Economia Criativa. Com as respostas obtidas, poderemos oferecer cursos de qualificação mais direcionados e também orientar a criação de políticas públicas para o setor, fortalecendo o ecossistema como um todo”, finaliza.
Com base nas conclusões da pesquisa, foi identificado um forte desejo por cursos mais acessíveis e com formatos flexíveis, especialmente aqueles oferecidos à noite ou nos finais de semana. Os participantes também ressaltaram a necessidade de conteúdos práticos e atualizados, alinhados às rápidas transformações do mercado, valorizando temas como criatividade, empreendedorismo, gestão financeira, marketing digital e inovação.
Embora o estudo não tenha caráter estatístico, abrangeu indicadores relevantes para o planejamento de novos programas de formação voltados a profissionais da economia criativa em Porto Alegre, contribuindo para estreitar laços entre educação, mercado e desenvolvimento do setor.
A partir destes resultados iniciais, quatro programas de formação profissional, intitulado POA + Criativa, estão sendo promovidos para mitigar as lacunas identificadas na pesquisa. Dois desses programas foram desenvolvidos pelo UniSenac, com workshops que ocorrerão em breve, visando mostrar a importância da formação de qualidade para quem atua na economia criativa. Para Fabrizzia Lacerda, co-organizadora da pesquisa e coordenadora do curso de Produção Multimídia do UniSenac, essas oficinas são os primeiros passos rumo à concretização dos resultados da iniciativa, destacando que “estabelecer esses treinamentos curtos e evidenciar a importância da evolução e gestão deste conteúdo é fundamental”, conclui Fabrizzia.
